FUNDAMENTALISMOS EMERGENTES NO BRASIL E A EXCLUSÃO DA DIFERENÇA: UMA REFLEXíO A PARTIR DE CLAUDE LEFORT E CHANTAL MOUFFE
Resumo
O presente artigo tem como objetivo esclarecer o paradoxo de uma democracia baseada na diferença de opiniões e crenças - já que essas opiniões e crenças podem ter cunho fundamentalista, a ponto de representar um risco à própria democracia - e avaliar tal paradoxo no contexto político brasileiro contemporâneo. Para tanto, parte-se da análise de reportagens que mostram diversas formas de discurso fundamentalista presentes no Brasil atual. Em seguida, tais discursos são associados aos textos teóricos de dois pensadores relevantes para a política e que tem como tema essencial de seus trabalhos a democracia e suas consequências, mais especificamente a possibilidade de emergência de regimes totalitários mediante uma ideologia fundamentalista - são eles Claude Lefort e Chantal Mouffe. Por fim, analisam-se as consequências políticas do fundamentalismo pelo crivo de uma teoria da democracia fundada na noção de pluralismo agonístico, como descrita por Mouffe, e se pensa sobre qual postura adotar diante tal paradoxo da democracia. Portanto, a pesquisa é tanto documental (análise de reportagens) quanto bibliográfica (revisão de textos teóricos). A pesquisa não buscou exaurir o assunto, tão somente prezou por organizar o panorama político dos fundamentalismos no contexto da democracia contemporânea e tentou localizar o ponto no qual convergem as teorias da democracia que se preocupam com a questão da diferença - e que são, de modo geral, não consensualistas - com a realidade política brasileira atual.Referências
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