Parâmetros internacionais de proteção contra a violência contra a mulher na internet: avanços e desafios
Palavras-chave:
Direito Internacional dos Direitos Humanos, Violência contra a Mulher, Internet, Cortes Internacionais de Direitos HumanosResumo
Este artigo analisa quais os parâmetros fornecidos pelas cortes internacionais de direitos humanos no que diz respeito à violência contra a mulher, notadamente, cometida na internet. A despeito das vantagens trazidas pelas novas tecnologias, o espaço virtual reproduz os mesmos desafios enfrentados pelas mulheres no seu cotidiano, no mundo offline. É preciso compreender, portanto, como (e se!) o Direito Internacional dos Direitos Humanos pode contribuir para a prevenção e proteção dos direitos nas principais condutas atentatórias contra as mulheres cometidas no meio digital. Assim, após traçar conceitos e aspectos importantes sobre o tema, buscar-se-á identificar alguns parâmetros oriundos dos dispositivos normativos internacionais e da jurisprudência dos tribunais direitos humanos a respeito e, em seguida, analisar como esses casos são tratados no plano nacional, com o objetivo de verificar se há ou não um alinhamento com os standards fornecidos pelo Direito Internacional dos Direitos Humanos. A metodologia usada foi a dedutiva.
Downloads
Referências
BOUKEMIDJA, Nadjiba Badi. Cyber Crimes against Women: Qualification and Means. In: European Journal of Social Sciences, September-December 2018, Volume 1, Issue 3, 34.
BJARNADÓTTIR, María Rún. Does the Internet Limit Human Rights Protection? The Case of Revenge Porn. 7 (2016) JIPITEC 204-215.
BRASIL. Lei Federal Nº 12.737, de 30 de novembro de 2012.
BRASIL. Lei Federal 13.718/2018, de 24 de setembro de 2018.
BRASIL. Lei Federal 13.772/2018, de 19 de dezembro de 2018.
BRASIL. Lei Federal 14.132/2021, de 31 de março de 2021.
BRASIL. Lei Federal 12.965/2014, de 23 de abril de 2014.
BUCCI, Daniela. Dimensões Jurídicas da Proteção da Vida e o Aborto do Feto Anencéfalo. 1a. ed. Curitiba: Clássica Editora, 2014. v. 1. 349p.
______; KOCH, Camila. A Responsabilidade Internacional do Estado por Violação de Direitos Humanos por ato de particular: O caso Maria da Penha. ARACÊ DIREITOS HUMANOS EM REVISTA, v. 1, p. 6-23, 2014.
______. Os Novos Parâmetros da Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre Violência Obstétrica e os Potenciais Impactos para a Proteção dos Direitos das Mulheres no Brasil. In: XV Congresso Brasileiro de Direito Internacional, 2017, Florianópolis. Direito Internacional em Expansão. Belo Horizonte: Arraes Editores Ltda, 2017. v. 10. p. 313-331.
BUCCI, Daniela; REIS, Graziela Tavares de Souza. Feminicídio: A Corte Interamericana de Direitos Humanos e a Perspectiva de Gênero para o Alcance de Justiça Social. In: MENEZES, Wagner (Coord); NUNES FILHO, Aldo; OLIVEIRA, Paulo Henrique Reis de (Org.). Tribunais internacionais e a garantia dos direitos sociais. 1ed. CURITIBA: ABDI EDITORA, 2021, p. 165-184.
CARVALHO RAMOS, André de. Processo Internacional de Direitos Humanos: análise dos sistemas de apuração de violações dos direitos humanos e a implementação das decisões no Brasil. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
CITRON, Danielle Keats. Addressing Cyber Harassment: An Overview Of Hate Crimes In Cyberspace. In: Journal of Law, Technology & the Internet, Vol. 6 2015.
COE, Peter. The social media paradox: an intersection with freedom of expression and the criminal law. In: Information & Communications Technology Law, 24:1, 2015, 16-40, DOI: 10.1080/13600834.2015.1004242.
CONSELHO DA EUROPA. Convenção para a Prevenção e o Combate à Violência Contra as Mulheres e a Violência Doméstica (Convenção de Instambul).
CONSELHO DA EUROPA. Convenção de Crimes Cibernéticos (Convenção de Budapeste).
CONSELHO DA EUROPA. Cybercrime Convention Committee. Report, 2018. Disponível em: . Acesso em 10 set. 2021.
CORTE IDH. Caso González e outras (“Campo Algodonero”) v. México. Exceções Preliminares, Mérito e Custas. Sentença de 16 de novembro de 2009. Serie C No. 205.
ESTRASBURGO. Corte Europeia de Direitos Humanos. Caso Ahmet Yıldırım vs. Turquia. Petição nº. 3111/10, julg. 18 dez. 2012.
ESTRASBURGO. Corte Europeia de Direitos Humanos. Caso Buturugă vs. Romênia. Petição nº. 56867/15, julg. 11 jun. 2020
ESTRASBURGO. Corte Europeia de Direitos Humanos. Caso K.U. vs. Finlândia. Petição nº. 2872/02, julg. 17 jul. 2018.
Inter-American Commission on Human Rights (CIDH). Violencia y discriminación contra mujeres, niñas y adolescentes: Buenas prácticas y desafíos en América Latina y en el Caribe, 2019. (OAS. Documentos oficiales; OEA/Ser.L/V/II. Doc.233/19.
LOMBA, Niombo; NAVARRA, Cecilia; FERNANDES, Meenakshi. European Parliamentary Research Service (EPRS). European Added Value Unit PE 662.621 – March 2021. Disponível em: EPRS_STU(2021)662621_EN.pdf. Acesso em: 01 set. 2021.
LUMSDEN, K. and MORGAN, H.M., 2012. ‘Fraping’, ‘Sexting’, ‘Trolling’ and ‘Rinsing’: social networking, feminist thought and the construction of young women as victims or villains. IN: Proceedings of Forthcoming Feminisms: Gender Activism, Politics and Theory (BSA Gender Study Group Conference), Leeds, UK, 26 October 2012, 17 p.
MAPLE, Carsten; LANG, Richard. Vulnerability, Victims and Free Movement: The Case of Cyberstalking. In: New Journal of European Criminal Law, 3 (2): 208, 2012.
MENEZES, Wagner. Tribunais internacionais: jurisdição e competência. São Paulo: Saraiva, 2013.
MONCURA, Wendy; ORZECHA, Kathryn M.; NEVILLEB, Fergus G. Fraping, social norms and online representations of self. In: Computers in Human Behavior, Volume 63, October 2016, p. 125-131.
MOREIRA, Thiago Oliveira. O Exercício do Controle de Convencionalidade pela Corte Interamericana de Direitos Humanos: Uma Década de Decisões Assimétricas. In: MENEZES, Wagner (org.). Direito Internacional em Expansão. Anais do XV CBDI. Belo Horizonte: Arraes Editores, 2017, p. 251- 271.
ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS (OEA). Convenção Para Eliminação de Todas As Formas De Discriminação Contra A Mulher (CEDAW). Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher (“Convenção de Belém do Pará”).
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Relatoria Especial para a Violência Contra a Mulher. A/HRC/38/47, 18 jun. 2018.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Comitê Para Eliminação de Todas As Formas De Discriminação Contra A Mulher (CEDAW). Recomendação Geral n. 35. Disponível em: . Acesso em: 15 set. 2021.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Convenção Para Eliminação de Todas As Formas De Discriminação Contra A Mulher (CEDAW).
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Cyber Violence Against Women And Girls: A World-Wide Wake-Up Call. Report. Disponível em: . Acesso em: 10 set. 2021.
TODD, Megan. Virtual Violence: Cyberspace, Misogyny and Online Abuse. In: New Perspectives on Cybercrime. Palgrave Studies in Cybercrime and Cybersecurity . Palgave Macmillan, Cham, London, 2017, p. 141-158. ISBN 978-3-319-53855-6
VIDA, Vilić. Revenge porn as a form of cyber misogyny. In: Temida, 2019, Volume 22, Issue 1, Pages: 59-77.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.