Direito à prova, critério de territorialidade e o “constitucionalismo digital” no contexto da Ação Declaratória de Constitucionalidade n. 51 / STF
Palavras-chave:
Direito internacional e constitucional, Direito processual penal, Cooperação jurídica internacional, Territorialidade de dados digitais, Convenção de BudapesteResumo
O presente artigo busca relacionar o direito à prova, em especial, dos dados digitais, com os potenciais entraves do critério territorial e da jurisdição, sob o prisma do constitucionalismo digital. O Supremo Tribunal Federal, por meio da Ação Declaratória de Constitucionalidade nº 51, reconheceu a constitucionalidade e a aplicabilidade das normas de cooperação jurídica internacional entre autoridades brasileiras e estrangeiras. O debate principal envolveu a obtenção de conteúdos de comunicações privadas sob controle de provedores de aplicativos de Internet estabelecidos no exterior e a possibilidade de solicitação direta de dados e comunicações eletrônicas pelas autoridades brasileiras às empresas de tecnologia. A evolução do conceito de soberania e o caráter aterrorial dos dados resulta em uma necessária busca de eficácia da cooperação entre os Estados, preservando sempre os direitos fundamentais.
Downloads
Referências
BARRILAO, J. F. S. Constitucionalismo Digital: Entre Realidad Digital, Prospectiva Tecnológica Y Mera Distopía Constitucional. Revista da AJURIS, v. 49, n. 152, 2022. Disponível em: https://revistadaajuris.ajuris.org.br/index.php/REVAJURIS/article/view/1318. Acesso em: 2 jul. 2023.
CARVALHO RAMOS, André de. Curso de Direitos Humanos. 9 ed., São Paulo: SaraivaJur, 2022.
CARVALHO RAMOS, André de. Processo Internacional de Direitos Humanos. 6ª ed., São Paulo: Saraiva, 2019.
CAVALCANTI, Natália Peppi. Acesso a dados além das fronteiras: a cooperação jurídica internacional como solução para o (aparente) conflito de jurisdições. 2019. 165 f. Dissertação (Mestrado em Direito Constitucional) - Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa, Brasília, 2021.
CELESTE, Edoardo. Constitucionalismo digital: mapeando a resposta constitucional aos desafios da tecnologia digital. Tradução de Paulo Rená da Silva Santarém. Revisão de Graziela Azevedo. Direitos Fundamentais & Justiça, Belo Horizonte, ano 15, n. 45, jul./dez. 2021.
CONSELHO DA EUROPA. Convenção sobre o Cibercrime - ETS nº 185. Disponível em https://www.coe.int/en/web/conventions/full-list?module=treaty-detail&treatynum=185. Acesso em 30 jun.2023.
CONSELHO DA EUROPA. Convenção sobre o Cibercrime - ETS nº 224. Disponível em https://www.coe.int/en/web/conventions/full-list?module=treaty-detail&treatynum=224. Acesso em 30 jun.2023.
DASKAL, Jennifer. Privacy and Security Across Borders. The Yale Law Journal, 2019. Disponível em: https://www.yalelawjournal.org/forum/privacy-and-security-across-borders. Acesso em: 28 jun. 2023.
DASKAL, Jennifer. The Un-Territoriality of Data. The Yale Law Journal, 2015.
DOBNER, Petra. More Law, Less Democracy? Democracy and Transnational Constitutionalism. In: DOBNER, Petra; LOUGHLIN, Martin (Orgs.). The Twilight of Constitutionalism? Oxford: Oxford University Press, 2010.
LAMBACH, Daniel. “The Territorialization of Cyberspace”. International Studies Review, 2019.
MENDES, Gilmar Ferreira; FERNANDES, Victor Oliveira. “Constitucionalismo digital e jurisdição constitucional: uma agenda de pesquisa para o caso brasileiro”. Revista Brasileira de Direito, Passo Fundo, v. 16, n. 1, out. 2020.
MULLER, Ilana. Cooperação jurídica internacional em matéria penal e seus reflexos no direito à prova no processo penal brasileiro. Tese de doutorado apresentada ao Programa de PósGraduação em Direito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. 2013.
PETERS, Anne. Compensatory Constitutionalism: The Function and Potential of Fundamental International Norms and Structures. Leiden Journal of International Law, v. 19, n. 3, 2006.
SOUZA, Carolina Yumi de. Cooperação bilateral Brasil-EUA em matéria penal: alcançando o devido processo. 2015. Tese (Doutorado em Direito Processual) - Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - ADC 51, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, j. em 23/02/2023, DJe 28-04-2023.
VAZ, Denise Provasi. Provas digitais no processo penal: formulação do conceito, definição das características e sistematização do procedimento probatório. Tese de Doutorado. Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, 2012.
VELASCO, C., HÖRNLE, J., OSULA, AM. (2016). Global Views on Internet Jurisdiction and Trans-border Access. In: Gutwirth, S., Leenes, R., De Hert, P. (eds.) Data Protection on the Move. Law, Governance and Technology Series, vol. 24. Springer, Dordrecht. Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-94-017-7376-8_17. Acesso em 30 jun.2023.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.