Maria IA e Big Techs: uma datificação colonial do STF?
Palavras-chave:
Colonialismo Digital, Soberania Tecnológica, Inteligência Artificial, Políticas PúblicasResumo
A pesquisa investiga como o colonialismo digital se manifesta na adoção de tecnologias pelo setor público brasileiro, analisando estratégias para promover autonomia tecnológica. Utilizando abordagem qualitativa, examina documentos oficiais, estuda casos como a implementação de IA no STF e compara experiências internacionais. Os resultados revelam contradições entre o desenvolvimento local e a dependência de infraestruturas estrangeiras, evidenciando como assimetrias regulatórias globais mantêm o Brasil em posição periférica. A análise aponta quatro eixos fundamentais para construir soberania tecnológica: desenvolvimento de infraestrutura nacional de dados, criação de marcos regulatórios que protejam interesses nacionais, investimento na formação de profissionais qualificados e implementação de políticas industriais específicas para o setor. O estudo conclui destacando a necessidade urgente de um projeto nacional integrado que permita ao país transitar da condição de mero consumidor para a de produtor de tecnologia, superando assim as relações coloniais contemporâneas no campo digital e garantindo maior autonomia estratégica na era da informação.
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