O PAGAMENTO DE ROYALTIES DO PETRÓLEO ÀS NAÇÕES UNIDAS SEGUNDO A CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DIREITO DO MAR DE 1982: O CASO DO ALASKA E GOLFO DO MÉXICO

Autores

  • THAIZ DA SILVA VESCOVI CHEDID
  • EDMILSON MOUTINHO DOS SANTOS

Resumo

O presente trabalho tem por objeto abordar os aspectos de regulação internacional do petróleo, mais precisamente aqueles previstos na Convenção das Nações Unidas sobre o direito do mar de 1982, que definem a obrigatoriedade do pagamento de royalties às Nações Unidas advindos da exploração dos hidrocarbonetos nas plataformas estendidas, fazendo posteriormente um estudo de caso do Alaska e Golfo do México, sob o ponto de vista estadunidense. O artigo se dividiu em três capí­tulos, no qual o método usado foi o dedutivo e o tipo de pesquisa exploratório e comparativo. Após introduzir o leitor ao tema, abordando-se as particularidades do direito do mar e seu viés de exploração econômica, os autores discorrem sobre a questão com uma dimensão da regulação quase sempre ausente da formulação de polí­ticas energéticas. Essa discussão é apresentada a partir do estudo de caso do Alaska e Golfo do México, sob a perspectiva estadunidense. Para tanto, cuida de apresentar o cenário atual estadunidense no que diz respeito à exploração de recursos da plataforma ampla, tratando dos aspectos históricos e jurí­dicos, o posicionamento do Poder Executivo versus Poder Legislativo e dos casos concretos de exploração petrolí­fera no Ártico e no Golfo do México. Por fim, chegou-se à conclusão de que, no que diz respeito a atual exploração de petróleo em algumas plataformas já localizadas além do limite das 200 milhas marí­timas, o paí­s não Estado-parte da CNUDM, solucionou a situação atuando em cooperação com os paí­ses fronteiriços signatários da Convenção, para explorar sua Plataforma Continental estendida, todavia, sem existir a possibilidade de requerer a extensão e legitimidade para exploração da "Área" pelas regras da Convenção.

Biografia do Autor

THAIZ DA SILVA VESCOVI CHEDID

Doutora em Energia pela Universidade de São Paulo em colaboração com Georgetown University Law School, mestre em Direitos e Garantias Fundamentais pela Faculdade de Direito de Vitória. Professora da Universidade Vila Velha (UVV-ES).

EDMILSON MOUTINHO DOS SANTOS

Professor associado no Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo; presidente da Comissão de Pós-Graduação do IEE/USP; Coordenador do Programa de Economia e Polí­ticas Energéticas no Research Center for Gas Innovation, RCGI, da Universidade de São Paulo.

Referências

BRASIL. GOVERNO DO ESTADO. Disponí­vel em:< http://www.brasil.gov.br /sobre/economia/energia/petroleo-gas-natural-e-derivados/petroleo-e derivados/ print> Acesso em 21.04.2016.

BROWN, E.D. Sea-bed energy and minerals: The international legal regime. vol. 2. Boston: Martinus Nijhoff Publishers, 2001.

BUREAU OF OCEAN ENERGY MANAGEMENT. Oil and Gas Energy Program. Disponí­vel em: http://www.boem.gov/Oil-and-Gas-Energy-Program/Leasing/Five-Year-Program/Lease-Sale-Schedule/2012---2017-Lease-Sale-Schedule.aspx > Acesso em: 18 out 2016.

CENTER FOR OCEANS LAW AND POLICY UNIVERSITY OF VIRGINIA. United Nations Convention on the law of the sea 1982: A commentary. Netherlands: Martinus Nijhoff Publishers, 1989.

CHURCHILL, Robin. LOWE, Alan. The law of the sea. 2ª ed. Manchester: Manchester University Press, 1988.

CHANDRASEKHARA, P.; RAHMATULLAH, Khan. The international tribunal for the law of the sea. Netherlands: Kluwer Law International, 2001.

CLAIN, Levi. Gulf of Maine: a disappointing first in the delimitation of a single maritime boundary. Journal of International Law, 1985. p. 521-620.

CLINTON, Hilary. Statement on the UN Law of the Sea Convention. In: MOORE, John Norton et al (ed.). The Law of the Sea Convention: US Accession and globalization. Boston: Martinus Nijhoff Publishers, 2012.

DIGESER, Peter; DAVID, Steven. The United States and the Law of the Sea Treaty. Washington: The Johns Hopkins Foreign Policy Institute, 1990.

DIPLA, H. Les regles de droit international en matiere de dellimitation fluviale: Remise in question? In RGDIP, 1985.

EIRIKSSON, Gudmundur. The international tribunal for the law of the sea. Hague: Martinus Nijhoff publishers, 2000.

ELFERINK, Alex. The outer continental shelf in the Arctic: The application of article 76 of the LOS Convention in a regional context. In: ELFERINK, Alex; ROTHWELL, Ronald (ed.). The law of the sea and polar maritime delimitation and jurisdiction. New York: Martinus Nijhoff Publishers, 2001.

FONSECA, J. Franco da. Natureza e Eficácia da Sentença Internacional. In: Solução e Prevenção de Lití­gios Internacionais. Volume II, Araminta de Azevedo Mercadante e José Carlos Magalhães. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1999.

FRAGA, Mirtô. O Conflito entre o tratado internacional e norma de direito interno: Estudo analí­tico da situação do tratado na ordem jurí­dica brasileira. Rio de Janeiro: Forense, 1997.

GOLDEMBERG, José; LUCON, Oswaldo; 2006. Energia e meio ambiente no Brasil. Disponí­vel em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext &pid=S

-40142007000100003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 20 set 2017

GONÇALVES, Alcindo; RODRIGUES, Gilberto M. A. (org.); 2007. O direito do Petróleo e Gás, aspectos ambientais e internacionais. Editora Universitária Leupoldianum. IEA - Instituto de Estudos Avançados – USP, 2005.

KOLOTELO, Rosane; WENDPAP, Friedmann. Direito internacional. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

LACERDA, Sampaio de. Curso de Direito Privado da Navegação. 3ª ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1984O´CONELL, J. The international law. Oxford: Clarendon Press, 1978.

MAGALHÃES, José Carlos de. O Supremo Tribunal Federal e o Direito Internacional: uma análise crí­tica. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2000.

MAROTTA RANGEL, Vicente. Le plateau continental dans la Convention de 1982 sur le droit de la mer. Recueil de Cours, v. 5, n. 194, p. 273-427, 1985.

MASKUS, Keith. Reichman, Jerome. International public goods and transfer of technology under a globalized intellectual property regime. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.

MATTOS, Adherbal Meira. Direito do Mar. Rio Grande, Escola Superior de Advocacia da OAB/RS, 17 Dez. 1998. I Congresso de Direito Ambiental Marí­timo. Palestra realizada na UFRG.

________, Adherbal Meira. O Novo Direito do Mar, Rio de Janeiro, Renovar, 1996.

MOUTINHO DOS SANTOS, E. The Brazil and gas sector: outlook and opportunities. 1. ed. Londres: CWC Publishing Ltd. And Imedia Printed, 2001.ONU PORTUGAL. Disponí­vel em: < http://www.onuportugal.pt/final-direito .pdf> Acesso em: 16 out. 2016.

MURKOWSKI, Lisa. US interests in prompt adherence to the Law of the Sea Convention. In: MOORE, John Norton et al (ed.). The Law of the Sea Convention: US Accession and globalization. Boston: Martinus Nijhoff Publishers, 2012.

O´CONELL, J. The international law. Oxford: Clarendon Press, 1978.

OIL PRODUCTION: International petroleum encyclopedia. Oklahoma: Penwell, 2001.

RANGEL, Vicente Marotta. Direito e Relações Internacionais. 5ª ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997.

_________, Vicente Marotta. Nova Ordem Internacional: Fundos Oceânicos e Solução de Controvérsias no Direito do Mar. In O Direito na Década de 1990: Novo Aspectos: estudos em homenagem ao Prof. Arnold Wald. 1ª edição. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1992.

REZEK, Francisco. Direito Internacional Público. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. v. 1. 430+XXIIp .

RIBEIRO, Elaine. Direito do Petróleo, Gás e Energia. Rio de janeiro. Elsevier, 2007.

RIBEIRO, Marilda Rosado de Sá, (org.) Novos Rumos do Direito do Petróleo. Rio de Janeiro: Renovar, 2009.

RIBEIRO, Marilda Rosado de Sá; BEZERRA, Luiz Gustavo Escorcio. Soberania, direito internacional do mar e a exploração de petróleo e gás nas áreas offshore do Brasil. Disponí­vel em: < http://www.ambito-juridico.com.br /site/index.php? n_link= revista artigos_leitura&artigo_id=4906>. Acesso em: 28 set 2016.

ROTHWELL, Donald; STEPHENS, Tim. The international law of the sea. Portland: Hart Publishing, 2010.

.

SACHS; Ignacy. Da civilização do petróleo a uma nova civilização verde. Ministério de Minas e Energia. Plano Nacional de energia (PNE 2030). Disponí­vel em: . Acesso em: 05/04/2016.

SANTOS, Edmilson Moutinho dos. The Brazil Oil and Gas Sector: Outlook and opportunities. London: CWC Publishing Ltda, 2001.

STOWERS, Don. Deepwater Gulf of Mexico rebouding from Macondo. In: STOWERS, Don (ed.). Oil & Gas Financial Journal. New York: PennWell Corporation, 2013. Disponí­vel em: <http://www.ogfj.com/articles/print/volume-10/issue-4/on-the-cover/deepwater-gulf-of-mexico-rebounding-from-macondo.html> Acesso em: 17 out 2016.

STUDIER, A. Seerechtskonferenz und drittes welt. Munchen: Weltform Verlag, 19880.

TRIBUNAL INTERNACIONAL SOBRE O DIREITO DO MAR. Disponí­vel em: < http://www.itlos.gov> Acesso em: 10 set. 2016.

_________________________________. International Tribunal for the Law of the Sea. Hamburgo, Alemanha, 2002. CATÁLOGO.

Zamith, M.R.M. ; MOUTINHO DOS SANTOS, E. . Atividades Onshore no Brasil: Regulação, polí­ticas públicas e desenvolvimento local. 1. ed. São Paulo: Annablume Editora, 2007

Downloads

Publicado

2019-06-26

Como Citar

CHEDID, THAIZ DA SILVA VESCOVI; DOS SANTOS, EDMILSON MOUTINHO. O PAGAMENTO DE ROYALTIES DO PETRÓLEO ÀS NAÇÕES UNIDAS SEGUNDO A CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DIREITO DO MAR DE 1982: O CASO DO ALASKA E GOLFO DO MÉXICO. Revista Pensamento Jurídico, São Paulo, Brasil, v. 13, n. 1, 2019. Disponível em: https://ojs.unialfa.com.br/index.php/pensamentojuridico/article/view/389. Acesso em: 19 maio. 2024.

Edição

Seção

Artigos