Doenças crônicas: resiliência, depressão e ansiedade em usuários de um hospital universitário

Resumo

O diagnóstico de uma doença crônica pode ser um fator estressor que tende a acarretar comprometimentos não apenas físicos, mas também psicológicos e sociais. O estudo objetivou avaliar os níveis de resiliência, depressão e ansiedade de pessoas com diagnóstico de doenças crônicas, bem como a associação entre essas variáveis. Trata-se de estudo quantitativo, de corte transversal. Participaram 124 pacientes com HIV/aids, diabetes mellitus (DM), hipertensão arterial sistêmica (HAS), lupus eritrematoso sistêmico (LES) ou doença renal crônica (DRC). Foram aplicados questionários sociodemográfico e médico-clínico, Escala de Resiliência Connor-Davidson, Inventário Beck de Ansiedade e o de Depressão. Mais da metade (54%) dos participantes era mulheres, um terço (31,5%) tinha ensino fundamental incompleto. Os resultados apontaram que os escores médios de resiliência tiveram pouca variabilidade entre as cinco condições crônicas, sendo que a média para a amostra total foi igual a 77,10 (DP=12,39). Quase a metade dos participantes (47,58%) apresentou níveis mínimos de ansiedade e 58,87% estavam com níveis mínimos de depressão. Foram observadas correlações positivas significativas entre níveis de ansiedade e de depressão para as cinco enfermidades e para a amostra total. Observou-se correlação negativa significativa entre resiliência e depressão para os participantes com LES, DM e na amostra total. Verificou-se correlação negativa significativa entre resiliência e ansiedade apenas na amostra total. Evidenciou-se que parcela dos participantes vivenciam sofrimento psíquico, indicando a necessidade das equipes de saúde, em especial os profissionais de psicologia, estarem atentos a essas condições em prol da integralidade da atenção e da qualidade do cuidado.