Ressignificação de experiências de uma intervenção em orientação profissional e de carreira como estratégia de prevenção da gravidez na adolescência
Palavras-chave:
Gravidez na adolescência; Intervenção; Orientação Profissional e de Carreira; RessignificaçãoResumo
Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano (2016), o desenvolvimento humano passa pela promoção da igualdade do gênero, pelo empoderamento das mulheres. O referido relatório advoga ainda que o desenvolvimento humano deve ser resultado do acesso aos direitos fundamentais, a destacar, a educação e a saúde. Assim, conscientes de que o desenvolvimento humano é uma meta realizável que deve ser alcançada com ações concretas, este estudo investigou como as adolescentes e alunas participantes de um programa de intervenção em Orientação Profissional e de Carreira como estratégia de prevenção a gravidez na adolescência e casamento prematuro ressignificam essa experiência. Entende-se como ressignificação a capacidade do ser humano de refletir e atribuir significados a um acontecimento vivenciado. O estudo teve como aportes teóricos a visão desenvolvimentista e construtivista de carreira. O processo de intervenção decorreu em três sessões, com duração de duas horas cada. Um grupo de 16 adolescentes, com idade compreendida entre 13 e 15 anos, regularmente matriculadas no 8° ano de escolaridade tomou parte da intervenção que decorreu no primeiro trimestre de 2018 e 2 anos depois responderam a uma entrevista-semiestruturada que foi submetida a análise de conteúdo. Os dados coletados a partir da entrevista apontam para os seguintes resultados: a pertinência da entrevista como fator disparador de um processo de ressignificação no qual as adolescentes; a importância da reconstrução da experiência vivenciada durante a intervenção e novamente atribuir lhe significado, o que reforça sua segurança e optimismo diante do futuro e das suas expectativas profissionais e de carreira; e a necessidade de se criar, intencionalmente e sistematicamente, um espaço de ressignificação o que possibilita aprendizagens transferíveis e obtenção de resultados eficazes. Ademais, os resultados legitimam a urgência na intervenção precoce para promover a permanência da rapariga na escola em vista da promoção do seu bem-estar físico, psicológico e social. Não envolvimento dos adolescentes pode ser apontado como uma das limitações deste estudo.